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TAXA DE HOMICÍDIOS NO CEARÁ É MAIOR ENTRE OS NEGROS, SEGUNDO ESTUDO.

Uma herança de discriminações econômicas e raciais contra pessoas negras ainda é uma realidade vivida em todos os estados do Brasil. O dia de hoje, 20 de novembro, é a data em que se comemora o Dia da Consciência Negra, como uma forma de conscientizar a população contra a desigualdade. No Ceará, a taxa de homicídio para população negra é três vezes maior do que entre os classificados não negros, segundo estudo Vidas Perdidas e Racismo no Brasil, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Em 2010, a taxa assassinatos no Estado atingiu 30,3 negros a cada 100 mil pessoas da raça, enquanto as mortes entre os não negros chegou a 10,7 a cada 100 mil pessoas. O estudo concluiu que, em todo o País, o negro é discriminado por sua situação socioeconômica e por sua cor de pele, explicando o maior número de homicídios entre pessoas da raça.

O estudo foi feito com base na classificação utilizada pelo IBGE com dois grupos: negros, com pretos e pardos, e não negros, com brancos, indígenas e cor/raça amarela. A perda de expectativa de vida dos negros no Ceará, entre assassinatos, acidentes de trânsito, suicídios e outras violências, é de 3,5 anos. O Estado ocupa a 16ª posição no ranking de estados com maior perda de vida.

Em todo Brasil, segundo informações do Sistema de informações sobre Mortalidade (SIM/MS) e do Censo Demográfico do IBGE, de 2010, enquanto a taxa de homicídios de negros é de 36 mortes por 100 mil negros, a mesma medida para os não negros é de 15,2.

Alagoas foi o estado constatado pelo estudo com maior taxa de homicídios entre os negros, 80 a cada 100 mil pessoas. O fato reduz em 4 anos a expectativa de vida de homens negros nesse Estado. Entre não negros, a perda é de apenas 3,5 meses. Espírito Santo e Paraíba também são destaques negativos no ranking 65 e 60 homicídios de negros, respectivamente, a cada 100 mil habitantes.

O estudo, de autoria do diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e Democracia (Ipea), Daniel Cerqueira, e de Rodrigo Leandro de Moura, da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV), mostra que mais de 39 mil pessoas negras são assassinadas todos os anos no Brasil, contra 16 mil indivíduos de todas as outras “raças”.


Diário do Nordeste

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