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CAIXA REDUZ JURO DO CRÉDITO IMOBILIÁRIO DE 9,75% PARA 4,95%


O governo lançou uma linha de financiamento habitacional na Caixa Econômica Federal (CEF) que será corrigido pela inflação oficial medida pelo IPCA e não mais pela Taxa Referencial (TR). A previsão para a inflação oficial, segundo o Banco Central, é de 3,71% para este ano, e mais uma taxa fixa de 4,95%.

Para quem tiver um bom relacionamento com a Caixa (ter conta no banco e apresentar baixo risco de inadimplência, por exemplo), esse percentual cai a 2,95% mais o IPCA. Os valores serão corrigidos mensalmente, prestação a prestação, conforme o IPCA mais recente. A nova linha de crédito foi anunciada pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em cerimônia no Palácio do Planalto, com a participação do presidente Jair Bolsonaro e outros membros do governo.

A linha de financiamento praticada atualmente traz uma correção da TR, que está zerada, mais 9,75% do valor financiado. Essa porcentagem pode cair até 8,5% para clientes com boa relação com o banco.

Guimarães disse que o valor da prestação do financiamento imobiliário poderá ser reduzido até pela metade. “O que representa isso? Um imóvel de R$ 300 mil, que hoje você começa pagando R$ 3 mil, você baixará, com 4,95% de taxa, de R$ 3.168 para R$ 2 mil. Se você chegar a uma taxa de 2,95%, você chega a uma redução de 51% na prestação”, disse.

Caso o cliente não queira financiar com base no IPCA, temendo um aumento muito grande na inflação no futuro, ele poderá optar pela linha já usada. “Se o cliente tiver esse receio, ele pode continuar com TR. Exatamente por causa disso, um componente do IPCA mais volátil, que a gente reduziu tanto, para 4,95%”, disse.

O presidente Jair Bolsonaro participou do evento e disse que a medida é um ganho para a sociedade como um todo, tanto para quem vai comprar, quanto para os setores imobiliário e da construção. “Isso é muito bem-vindo. E a sociedade toda ganha, todo mundo ganha. Vamos, na medida do possível, dando sinais que queremos fazer um Brasil melhor para todos”.


BANCO DO BRASIL ANUNCIA JUROS DIFERENCIADOS

No mesmo dia em que a Caixa Econômica anunciou crédito habitacional corrigidos pela inflação, o Banco do Brasil (BB) passou a oferecer financiamentos imobiliários com juros diferenciados conforme o prazo de operação. Modalidade inédita no Brasil, esse tipo de crédito, segundo o BB, busca atender à demanda por financiamentos mais curtos com taxas mais baixas.

Válido para as linhas do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e para a Carteira Hipotecária (CH), o novo sistema caracteriza-se pela diminuição dos juros quanto mais curto for o prazo. As operações de 60 meses (cinco anos) terão taxa a partir de 7,99% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), que está zerada. De 119 a 178 meses serão 8,10% ao ano mais a TR. Os financiamentos de 359 a 418 meses (29 anos e 11 meses a 34 anos e 10 meses) cobrarão juros a partir de 8,45% ao ano mais TR.

Nas linhas SFH e CH, o cliente têm carência de até seis meses (seis meses para pagar a primeira prestação) e a possibilidade de pular a parcela um mês por ano. A simulação com as novas taxas por prazo já pode ser conferida na página www.bb.com.br/imoveis.


MUDANÇA TERÁ IMPACTO EM TODO O SEGMENTO IMOBILIÁRIO

Para Bruno Gama, executivo da Credihome, plataforma online de soluções de crédito imobiliário, a mudança da indexação de linhas de crédito imobiliário da Taxa Referencial (TR) para indexadores de inflação como o IPCA deverá ter um impacto significativo em toda a cadeia imobiliária, transformando a dinâmica do mercado e abrindo espaço para outros modelos de amortização.

"A expectativa é de que o mercado receba positivamente a mudança, tanto quanto ao tipo de indexador - que já é muito mais familiar ao brasileiro - quanto em relação à perspectiva de adoção de outros modelos de amortização como da tabela Price, mundialmente utilizada", aponta. 

Hoje o sistema de amortização mais usado é o SAC, que consiste em amortizações constantes, com prestações mais altas no começo do financiamento e parcelas decrescentes, pressionando o orçamento das famílias no início do ciclo de financiamento.

Já o modelo Price, usando bastante no varejo e em demais modalidades de financiamento no Brasil, adota parcelas fixas. Segundo o executivo, a nova indexação permite modernizar o modelo financeiro de financiamento imobiliário, instrumentalizando novas fontes de recursos e dando força para novos agentes da cadeia, com estímulo à competição.

"A TR acabava restringindo o funding ao mercado imobiliário a um pequeno grupo de instituições financeiras. Com a adoção de um indexador de mercado, a expectativa é de que isso estimule a entrada de novos players nesse mercado. O aumento de concorrência permite a imediata flexibilização de produtos e processos, trazendo inovações na prateleira de produtos, além de incentivar a queda dos custos para o consumidor", explica Gama.

Com informações O DIA

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