COMÉRCIO CEARENSE REGISTRA QUEDA DE 16% NA RECEITA DE MARÇO, PRIMEIRO MÊS DA PANDEMIA
O comércio cearense começou a registrar os impactos da pandemia do novo coronavírus. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor no Estado apresentou uma queda de 16% na receita nominal em março de 2020.
A comparação é feita o mês de fevereiro deste ano e leva em consideração o comércio varejista ampliado, que une os dados da venda de materiais de construção e de veículos. Na análise anual, comparando março de 2020 e março de 2019, a queda é menor, de 7,3%.
O estudo já indica os dados com ajustes sazonais.
O perfil de encolhimento do comércio cearense se repete quando a análise é feita sobre o volume de vendas. Entre fevereiro e março de 2020, a queda foi de 15,7%. Já entre o mês de março deste ano e do ano passado, a redução foi 10,7%.
Contudo, segundo o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Logistas do Ceará (FCDL), Freitas Cordeiro, o setor deverá sentir um impacto ainda maior no mês de abril.
Isso porquê, Cordeiro explica, as lojas ainda estavam operando no início de março, antes da aplicação das medidas de isolamento. Sendo assim, o setor deverá registrar uma queda ainda maior em abril.
"Março não foi muito bom como indicativo porque ainda tivemos operações. Teremos uma noção melhor agora em abril, então os números deverão ser ainda menores. Não tenho nem dúvida. Abril é onde vai aparecer os efeitos do isolamento", disse.
O presidente da FCDL ainda disse que todos os segmentos do comércio deverão ser impactados, mesmo aqueles que foram enquadrados como serviço essencial. Freitas afirmou que as farmácias já estão registrando números menores desde o começo da pandemia, mesmo operando "a todo vapor".
"Tudo é relativo. quem cria um elefante tem uma demanda proporcional, e assim é nas empresas. Os grupos maiores tinham uma gordura, mas vão acusar lá na frente. Mas empresas pequenas que estavam cambaleantes é que vão sentir o peso agora. O que não era bom piorou", disse.
Freitas ainda afirmou que a empresas precisarão de mais apoio de medidas governamentais. Segundo ele, a retomada, quando vier, não será fácil.
"Os pequenos terão raras exceções que não dependam de uma ajuda do Governo para a saída. mas até os grandes sairão prejudicados", disse.
"O mercado vai se retrair. O setor de confecção já era problemático, mas os supermercados também pagarão a conta", completou.
COM INFORMAÇÕES DIÁRIO DO NORDESTE
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